domingo, 21 de novembro de 2010

Reportagem com Nelson da Rabeca, luthier e rabequeiro de Marechal Deodoro (AL)

Um ex-cortador de cana que virou um rabequeiro respeitado até por estudiosos da música erudita. Essa é a história do alagoano Nelson dos Santos que, depois de descobrir seu talento artístico, ganhou o carinhoso apelido de Nelson da Rabeca. A rabeca é um instrumento rústico, parecido com o violino, que você vai conhecer melhor nesta reportagem de César Dassie e do Francisco Maffezoli Júnior, para o programa Globo Rural.
Aqui está o vídeo da matéria:
http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTO0-4370-343146,00.html

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cordel na XII Mostra SESC Cariri de Cultura

Na noite de 17 de novembro, como parte da extensa programação cultural da Mostra SESC Cariri de Cultura, foi realizada na Praça da Sé, na cidade do Crato, uma noite de lançamentos de cordéis e livros.
Foram lançados os seguintes livros:
Cordel nas Gerais, (uma coletânea de ensaios sobre a literatura de cordel na contemporaneidade, organizada pela pesquisadora por Simone Mendes);
Arcanos do Verso (de Rosilene Melo);
Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, cujo tema é Poéticas da Oralidade;
Bule-Bule, Literatura de Cordel, de autoria de Bule-Bule
Foram lançados os seguintes cordéis:
Fanka de Juazeiro: a defensora do nosso cordel, de autoria de Maria do Rosário Lustosa
Com Pedro Ernesto o repente ganhou mais cidadania, de autoria de Raul Poeta
A moça do encantamento e a saga da natureza, de autoria de Josenir Lacerda;
A história do espinho que furou o olho de Lampião, de autoria de Ulisses Germano;
A poética da inveja, de autoria de Ulisses Germano e Josenir Lacerda;
Nâo existe lugar melhor no mundo pra viver, do que lá no meu sertão, de autoria de Aldemá de Morais e Raul Poeta;
O bom samaritano, imperador do Brasil, de autoria de Nezite Alencar;
O traficante de Caicó, de autoria de Luiz Augusto Bitu
Memórias e fatos religiosos, de autoria de José Mauro Matos;
Tudo é tecnologia, de autoria de Osvaldo Fernandes da Silva;
Exemplo de Cantoria, de autoria de Pedro Ernesto Filho e Aladaci de França;
Rio Salgadinho, de Maria Rosimar Araújo

domingo, 14 de novembro de 2010

"Bazófias de um cantador pai dégua" : o maior cordel do mundo

O último dia da XX Feira de Livros do SESC foi marcada pela presença do cordelista e rabequeiro Beto Brito. O artista que, hoje é considerado como um dos maiores representantes da literatura de cordel no país, apresentou ao público boa-vistense, o seu o mais recente trabalho.

Como o nome já diz, o livro Bazófias de um cantador pai dégua - O Maior cordel do Mundo, é considerado a maior obra de cordel já editada no país. Beto trabalha agora para fazer com que esse título seja reconhecido pelo Guinness.

E o artista avisa, esta é só a primeira parte da obra. Bazófias de um cantador pai d'égua, contém 1.400 estrofes de retalhos de cordel, ilustrados em 384 páginas, que totaliza mais de 270 mil caracteres.

“O primeiro capítulo de Bazófias é resultado de um trablho de três anos. Mas já estou escrevendo a próxima parte e o público pode esperar”, disse Beto.

Quando questionado sobre a sua influência, o artista é direto: a convivência com o folclore e a cultura nordestina é a sua fonte de inspiração. “Meu trabalho é essa mistura das mais variadas formas de manifestações culturais do Nordeste. É uma mostra da tradição do cordel, das emboladas, das trovas e de todas as outras formas de expressões artísticas populares com as quais tive contato”, disse o autor.

Além de escrever, Beto Brito, também se dedica à música. E antes do lançamento do seu livro, o artista fez a passagem de som no Palco do Ginásio do SESC Mecejana, empolgando o público presente que pôde conhecer a experimentação musical do artista. Mesmo no teste de som, Beto Brito e sua banda, arracaram aplausos de uma plateia empolgada.

Artista - Beto ganho destaque no cenário musical ao agregar a poesia do cordel, ao som da rabeca, modernizando seu trabalho com guitarras distorcidas, violas, zabumbas, cítaras e até grooves eletrônicos. Uma mistura sonora que proporciona uma agradável e curiosa experiência musical.

O trabalho desse artista genuinamente brasileiro pode ser conferido no seu mais novo CD, Imbolê, que inclui 14 faixas musicais e mais 12 livretos autorais, recheados de martelos, ditados populares e emboladas.

Fonte:http://www.boavistaagora.com.br

sábado, 13 de novembro de 2010

Bibloteca Átila almeida adquire acervo de cordéis de Gilmar de Carvalho

A Universidade Estadual da Paraíba recentemente adquiriu toda uma coleção do acervo pessoal de cordéis do professor e colecionador cearense, Francisco Gilmar Cavalcante de Carvalho. Para selar tal aquisição, o docente estará no campus I da UEPB, em Campina Grande, a fim de realizar a entrega simbólica do material, bem como proferir a palestra intitulada "Patativa e o mundo do cordel" - oportunidade em que comentará a relação do poeta conhecido como Patativa do Assaré com esse gênero literário. A preleção acontecerá no dia 17 de novembro, às 9h, no Auditório da Biblioteca Central da UEPB, campus de Bodocongó.

O professor Francisco Gilmar afirmou que nesta oportunidade, a ideia é discutir a relação ambígua que Patativa do Assaré tinha com o cordel. "Patativa não gostava de cordéis, mas produziu vários. Achava uma publicação menor, talvez uma visão elitista", comentou Gilmar.

A diretora da Biblioteca Central (BC) da UEPB, professora Manuela Maia, explicou que até este ano, coordenava um projeto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) denominado "Desenvolvimento de uma aplicação web para gerenciamento de cordéis na Biblioteca Átila Almeida/UEPB". Nesse projeto, era realizado encaminhamento de questionários aos pesquisadores e usuários que efetuaram visitas à Biblioteca Átila Almeida com o intuito de conhecer suas demandas de informação.

Um dos entrevistados, o professor Francisco Gilmar, demonstrou interesse em vender o seu acervo de cordéis para a UEPB. Manuela explicou que, com essa aquisição, a Biblioteca Átila Almeida passa a ter mais de nove mil títulos e exatos 15.232 volumes de cordéis. "A iniciativa representa um expressivo aumento em termos de acervo, consolidando o destaque nacional da UEPB em relação à preservação e à conservação da cultura popular nordestina", comentou.

Outro ponto importante acrescentado pela diretora é que, na Biblioteca Átila Almeida, a coleção existente pertencia ao professor que denomina o espaço. Tendo a morte de Átila Almeida ocorrido em 1981, a coleção de cordéis se restringia a esse período. Manuela enfatizou, ainda, que o espaço intitulado Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida é tratado de forma diferenciada, como arquivos e documentos especiais. Fisicamente, a coleção de cordéis de Átila ainda ficará separada de materiais adquiridos posteriormente, como é o caso da coleção do professor Gilmar, haja vista a qualidade histórica dos documentos.

"O acervo da Biblioteca Átila Almeida tem período limite de 1905 a 1981, a nova aquisição ultrapassa esse período, ampliando e atualizando a coleção", completou Manuela, afirmando que no citado acervo, constam documentos incompletos dos seguintes cordelistas: Patativa do Assaré, Manoel Monteiro Rodolfo Coelho Cavalcante, José Costa Leite, Apolônio Alves dos Santos, Luiz da Costa Pinheiro, entre outros.

Além da Biblioteca Átila Almeida, localizada no primeiro andar do prédio da Administração Central da UEPB, campus de Bodocongó, a Universidade possui uma coleção de cordéis no Centro de Educação (CEDUC), na unidade do Centro, em Campina Grande, doada pelo conhecido cordelista campinense Manoel Monteiro; e no campus VI, no município de Monteiro. Em ambos os locais, funcionam cursos de graduação Licenciatura em Letras.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Universidade Estadual da Paraíba

Prêmio Patativa do Assaré de Cordel: confira projetos habilitados

Foi publicado no Diário Oficial a lista de projetos habilitados a concorrer ao Prêmio Patativa do Assaré de cordel.
Segue o link do D.O
O Ministério da Cultura publicou hoje (12 de novembro) no Diário Oficial da União (Seção 1, páginas 4 a 8) a portaria com os projetos habilitados no Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa de Assaré. Ao todo, o MinC recebeu 688 inscrições e habilitou 617. Os projetos não habilitados têm prazo de cinco dias úteis para interpor recurso. Serão selecionadas 200 iniciativas culturais vinculadas à criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins (xilogravura, repente, coco e embolada, entre outras) com premiação total de R$ 3 milhões. Trata-se do primeiro apoio oficial do MinC ao setor, desde a regulamentação da profissão em janeiro deste ano.

Os estados do Ceará (158 inscritos), Pernambuco (125) e São Paulo (82) foram os que enviaram a maior quantidade de projetos. O diretor de Livro, Leitura e Literatura do MinC, Fabiano dos Santos Piúba, explica que o prêmio é resultado das demandas apresentadas no Seminário de Políticas Públicas para Cordel, realizado em maio de 2009. “Esse prêmio vem atender a necessidade de ressaltar a Literatura de Cordel e linguagens afins como patrimônio imaterial do Brasil, entendendo sua unicidade e papel central na construção da identidade e da diversidade cultural brasileira”, diz.

A categoria voltada para a Criação e Produção (apoio à edição e reedição de folhetos de cordel, livros, CDs e DVDs) foi a que recebeu a maior quantidade de inscrições: 323 propostas, sendo 284 habilitadas. Os estados do Ceará (85 inscritos), São Paulo (42) e Rio Grande do Norte (29) foram os que enviaram a maior quantidade de projetos nesta categoria.

Na categoria destinada à Pesquisa (dissertações de mestrado, teses de doutorado ou reedição de livros) foram inscritos 27 projetos, sendo quatro inabilitados. O Ceará foi o estado com a maior quantidade de pesquisas inscritas: sete.

O MinC recebeu 116 propostas para a categoria de Formação (projetos que contribuam para a formação de profissionais que atuam em áreas que dialogam com a Literatura de Cordel e suas linguagens afins, como cursos, seminários, etc), habilitando 109. Nesta categoria, o estado de Pernambuco foi o que enviou a maior quantidade de projetos (24), seguido do Ceará (22) e Rio Grande do Norte (11).

A categoria de Difusão (eventos e produtos culturais que contribuam para a valorização e propagação da cultura popular, como feiras, mostras, festivais e outras iniciativas) foi a segunda com maior quantidade de inscrições: 217. Deste total, 201 foram habilitados. Pernambuco (49 inscritos), Ceará (44) e São Paulo (26) foram os estados com maior quantidade de projetos enviados nesta categoria.

O prêmio é uma das ações do Programa Mais Cultura, que inclui a cultura na agenda social do País e é pautado na integração e inclusão de todos os segmentos sociais, na valorização da diversidade e do diálogo com os múltiplos contextos da sociedade. O resultado completo do edital encontra-se nos sites do Ministério da Cultura e do Mais Cultura.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Pavilhão das Culturas Brasileiras: Puras misturas


O livro Pavilhão das Culturas Brasileiras: Puras misturas, organizado por Adélia Borges e Cristiana Barreto, documenta o projeto da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo de transformar o último edifício ainda ocupado por repartições públicas no Parque Ibirapuera em uma nova instituição museológica: o Pavilhão das Culturas Brasileiras. Com a intenção de ser um espaço onde as diferentes culturas possam encontrar-se, contrapor-se e dialogar, a instituição busca dar visibilidade às coleções pertencentes à municipalidade, tais como a resultante da Missão de Pesquisas Folclóricas, idealizada por Mário de Andrade e empreendida em 1938, e a reunida por Rossini Tavares de Lima na constituição do Museu do Folclore.
O livro está dividido em três partes. A primeira traz o projeto do Pavilhão, elaborado em 2008 por Adélia Borges e equipe para o Departamento de Patrimônio Histórico da Se-cretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e constitui uma espécie de certidão de nascimento do Pavilhão, com seu conceito e suas propostas de atuação.

A segunda parte apresenta a exposição Puras misturas, inaugurada em abril de 2010 com o intuito de anunciar a nova instituição. Segundo a curadora geral da exposição, Adélia Borges, “a mostra tem como intenção celebrar a diversidade e a riqueza da cultura bra sileira, além dos diálogos existentes e possíveis entre as culturas consideradas populares ou tradicionais e as chamadas culturas eruditas”.

São cerca de 600 obras, distribuídas em 2.500 metros quadrados, de artistas como Alex Flemming, Arthur Bispo do Rosário, Artur Pereira, Emmanuel Nassar, Farnese de Andrade, Mestre Guarany, Fulvio Pennachi, Gilvan Samico, J. Borges, José Antônio da Silva, Luiz Hermano, Mestre Vitalino, Paulo Laender, Rubem Grilo, Rubem Valentim, Tarsila do Amaral, Ulisses Pereira Chaves, Vicente Rego Monteiro, Victor Brecheret e Zé do Chalé; de designers como Carlos Motta, Fernando e Humberto Campana, Lina Bo Bardi, Lino Villaventura, Marcelo Rosenbaum, Michel Arnoult, Ronaldo Fraga e Ser gio Rodrigues; e de povos indígenas como os Juruna, Kadiwéu, Suiá, Trumai, Tukano, Urubu Kaapor, Wai wai e Wajãpi.

A terceira parte do livro traz ensaios de colaboradores do projeto. A antropóloga Maria Lucia Montes escreve sobre os conceitos de folclore e de arte popular, a educadora Vera Barros relata as reações do público à exposição Puras misturas e o filósofo Eduardo Subirats encerra o livro discorrendo sobre a complexidade dos conceitos de cultura e de popular.

Fonte: http://www.culturaemercado.com.br/resenhas/resenha-pavilhao-das-culturas-brasileiras-puras-misturas/

Literatura de cordel e literaturas populares de Portugal e do Brasil: novas leituras, novas abordagens na era digital

O Instituto de Estudos de Literatura Tradicional e o MemoriaMedia participam na Jornada de Estudos Internacional "Literatura de cordel e literaturas populares de Portugal e do Brasil: novas leituras, novas abordagens na era digital", que se realiza no dia 18 de Novembro na Universidade de Poitiers, na França

Ana Paula Guimarães e José Barbieri falarão ali do caso de Thomas Bakk, "cordelista interactivo", depois da projecção do filme "Thomas Bakk, cordelista brasileiro, contador de histórias, traz arte de cordel de volta para Portugal e inicia outra forma de produzir cordéis", vídeo de 20mn realizado pelo IELT.

Mais informações: http://www.ielt.org/pagina/actividades?id=673

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Edital Oi para projetos culturais e 2011

A Oi abre o edital de seu programa de patrocínios culturais incentivados 2011. As inscrições estão abertas até o dia 13 de dezembro para projetos nas áreas de artes visuais, cinema, cultura popular, dança, espaços culturais, música, patrimônio cultural, publicação e documentação, teatro, tecnologia e novas mídias. O Programa de Patrocínios Culturais Incentivados está presente em todas as regiões do Brasil. Apoiado em conceitos como identidade, acesso, desenvolvimento, expressão e inovação, o programa considera fundamentais aspectos como a capacidade de geração de novas plateias, de renda, de criação de novas oportunidades de trabalho e de formação de artistas. Também são priorizadas iniciativas que valorizam talentos regionais, novas linguagens artísticas e que possibilitem o intercâmbio de ideias e a convergência entre a arte e tecnologia.
Confira o edital em: www.oifuturo.org.br/patrocínios2011/
Postado por Página Cultural em 09/11/2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Museu Afro Brasil abre exposição A Arte do Povo Brasileiro. Quatro Olhares. Uma Homenagem Maria Cândido Monteiro

Exposição apresenta mais de 100 obras e homenageia Maria Cândido Monteiro, artista popular cearense, que morreu no mês de agosto

Duração: 30 de outubro a 27 de fevereiro de 2011
Local: Museu Afro Brasil – Parque Ibirapuera – Portão 10
Abertura: 30 de outubro, às 11 horas
Visitação: de terça a domingo, das 10 às 17 horas
Informações: 11. 3320-8900

A exposição “Arte do Povo Brasileiro. Quatro Olhares. Uma Homenagem” será inaugurada neste sábado, dia 30 de outubro, às 11 horas, pelo Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura e Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo destacando a espetacular e autêntica arte popular brasileira. São cerca de 100 obras feitas em barro, madeira e tecido com colorido e lirismo que representam cenas do cotidiano religioso, de festas populares e do imaginário do povo brasileiro. Com curadoria do artista plástico, Emanoel Araujo, Diretor-Curador do Museu Afro Brasil apresenta obras de Maurino Araujo (esculturas de madeira), Lafaete Rocha (esculturas de madeira), Madalena Reinbolt (tapeçarias), Agnaldo Manoel dos Santos (esculturas de madeira), Maria Cândido Monteiro (barro), Heitor dos Prazeres (pintura), Nhô Caboclo (esculturas de madeira), Nino (esculturas de madeira), Noemisa (barro), Mestre Vitalino (barro), Nino (esculturas de madeira), Família Julião (esculturas de madeira), entre outros.

Nesta exposição 30 obras são assinadas por Maria Cândido Monteiro (1961-2010), uma das principais artesãs brasileiras, que morreu em agosto deste ano, e tão bem soube representar através da arte a vida de sua gente. Nascida em Juazeiro do Norte (CE) começou a produzir suas peças aos oito anos de idade. Por trabalhar o barro em conjunto com a mãe, Maria de Lourdes Cândido e a irmã, Maria do Socorro, ficaram conhecidas como "as três Marias". Seus trabalhos sempre apresentaram semelhanças entre si, embora cada artista mantivesse sua produção própria. Maria Cândido preocupava-se em produzir peças bem acabadas, inspiradas em fotos de revistas, jornais ou em outros materiais visuais com os quais tinha contato, misturando-os à sua imaginação. Não raro, ela começava a modelar o barro, sem qualquer intencionalidade e, ao final, surpreendia-se com os resultados obtidos. Além das placas decorativas, que chamava de "temas", fazia reisados, quadrilhas e lapinhas. Em uma entrevista para o livro “Em nome do Autor – Artistas e Artesãos do Brasil” (Proposta Editorial), Maria Cândido revelou que quando pequena ganhou de um professor um livro de Patativa do Assaré, poeta nordestino. “Fiz 25 temas sobre isso. Coisas da gente, eu gostei muito. Fica bem gostoso assim de fazer a história”, disse.

A mostra também é composta de textos, referências bibliográficas e painéis de quatro grandes incentivadores da arte popular brasileira, são eles: Clarival do Prado Valladares, Lélia Coelho Frota, Jacques Van de Beuque e Janete Costa.
Clarival do Prado Valladares (1918 – 1983), crítico de arte e historiador nascido em Salvador. Fez o curso de medicina em Recife recebendo o diploma de médico na Bahia em 1941, defendeu o doutoramento em 1952 e fez logo depois o curso de pós-graduação em Patologia na Harvard University. Deu aula na UFBA como docente de Anatomia Patológica e depois História da Arte em 1962. Foi crítico do Jornal do Brasil e editor dos Cadernos Brasileiros. Dentre suas publicações destacamos: Presciliano Silva: um estudo biográfico e crítico (1974), Rio Barroco (1978), Rio Neoclássico (1978), Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros. Aspectos da Arte Religiosa no Brasil (1981) e Nordeste Histórico e Monumental (1982-1983).
Lélia Coelho Frota (1937 – 2010), escritora e crítica de arte que dedicou mais de 30 anos a pesquisas sobre a arte popular brasileira. Suas obras são fontes de pesquisa indispensáveis para quem quer compreender a arte popular enquanto uma manifestação de arte para além de uma visão meramente folclórica ou turística. Ela é autora de dezena de livros, dentre os quais se destacam: “Mitopoética de 9 artistas brasileiros (1975), “Paisagem Intemporal de Cândido López” (1977), Mestre Vitalino (1988), Tiradentes, retrato de uma cidade (1993), Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro (2005).
Jacques Van de Beuque (1922 – 2000), colecionador francês que coletou por todo o país, com ajuda de amigos, uma imensa quantidade de objetos artísticos de cultura popular. Ao longo de 40 anos conseguiu formar um acervo de milhares de peças, que serviram de base para a criação do Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro).
Janete Costa (1932 – 2008), arquiteta, designer e grande incentivadora das artes populares. Fez a curadoria das exposições: “Fiesp/Ciesp”, em São Paulo (1985), da “Bienal de artesanato” no Centro de Convenções em Recife (1986), da exposição “Viva o povo brasileiro” no Museu de Arte Moderna-MAM, RJ (1992), “Arte popular brasileira”, no Riocult, Rio de Janeiro (1995), “Arte Popular Brasileira e Arte Popular dos Estados” no Carreau du Temple em Paris, (2005), “Que Chita Bacana”, no Sesc Belenzinho em São Paulo, (2005), “Somos-Criação Popular Brasileira” no Santander Cultural em Porto Alegre (2006), “Do Tamanho do Brasil” no Sesc Avenida Paulista em São Paulo (2007) entre outras.
Sobre o Museu Afro Brasil O Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura, vinculado à Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, é um espaço de preservação e celebração da cultura, memória e da história do Brasil na perspectiva negro africana, assim como na difusão das artes clássicas e contemporâneas, populares e eruditas, nacionais e internacionais.Localizado no Parque Ibirapuera, em São Paulo, foi inaugurado em 23 de outubro de 2004 e possui um acervo de mais de cinco mil obras. Parte das obras, cerca de duas mil, foram doadas pelo artista plástico e curador, Emanoel Araujo, idealizador e atual Diretor Curador do Museu. A biblioteca do museu, cujo nome homenageia a escritora, “Carolina Maria de Jesus”, possui cerca de 6.800 publicações com especial destaque em uma coleção de obras raras sobre o tema do Tráfico Atlântico e Abolição da Escravatura no Brasil, América Latina, Caribe e Estados Unidos. A presença negra africana nas artes, na vida cotidiana, na religiosidade, nas instituições sociais são temas presentes na biblioteca.O museu mantém um sistema de visitação gratuita para todas as exposições e atividades que oferece; um Núcleo de Educação com profissionais que recebem grupos pré-agendados, instituições diversas, além de escolas públicas e particulares. Através do Núcleo de Educação também mantém o programa “Singular Plural: Educação Inclusiva e Acessibilidade”, atendendo exclusivamente pessoas com necessidades especiais e promovendo a interação deste público com as atividades oferecidas.

Diretor curador: Emanoel AraujoDiretor executivo: Luiz Henrique Marcon NevesEndereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nºParque Ibirapuera- Portão 10São Paulo- SP - BrasilCEP: 040094-050Fone: 55 11 3320-8900www.museuafrobrasil.org.brFuncionamento: de terça a domingo, das 10 às 17 horas (permanência até às 18h)Estacionamento: Portão 3 – Zona Azul Entrada: Grátis Para maiores informações: faleconosco@museuafrobrasil.org.brPara agendar visitas: agendamento@museuafrobrasil.org.br ouFone: 55 11 3320-8900 ramal 121

Claudia Alexandre
Assessora de Imprensa
comunicacao@museuafrobrasil.org.br

domingo, 7 de novembro de 2010

9º Congresso de Cantadores do Nordeste

Vinte duplas de poetas, entre cordelistas, cantadores, repentistas, declamadores e aboiadores de Pernambuco, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas se reúnem nos próximos dias 10 e 11 de novembro no 9º Congresso de Cantadores do Nordeste. O evento acontece a partir das 20h, no Pátio de São Pedro, promovido pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, em parceria com a Associação dos Poetas e Artistas Populares do Nordeste (APA).

Pela primeira vez desde que teve início a competição, a definição contará com o voto popular. Segundo Antonio Lisboa, que coordena o Congresso de Cantadores, é vice-presidente da APA e júri técnico do evento, no local haverá uma urna com cédulas com os nomes dos participantes, e o público poderá manifestar sua opinião assinalando com um “X” a melhor dupla e depositando seu voto na urna. Já os jurados usarão como critérios técnicos de classificação a rima métrica e a oração. O voto popular será somado à pontuação dos jurados.

Entre os participantes da nona edição do Congresso, estão confirmados os poetas Edmilson Ferreira, Ivanildo Vila Nova, Raimundo Caetano, João Paraibano, Xico de Assis, Chico Pedrosa, Iponax Vila Nova e Raudênio Lima.