sábado, 28 de abril de 2012

Cordel: “O Apelo de ma Criança", de Lindicássia Nascimento

"A poetisa Lindicássia Nascimento, lança no dia 20 de maio o cordel “O Apelo de uma Criança”. O lançamento será realizado no Parque Ecológico do Riacho do Meio, durante encontro de poetas de Barbalha, Juazeiro do Norte e Crato. O novo cordel, que será lançado pela Sociedade dos Poetas de Barbalha (SPB), fala sobre a vida de um menino de rua que busca apoio para educação, amor e mais fraternidade. É um trabalho didático, só que em versos.
A xilogravura é do também poeta e membro da SPB, Francisco de Assis Sousa (Tiquinho). Lindicássia aproveitará o evento para apresentar outros trabalhos de sua autoria, inclusive o cordel intitulado “O Pau quebrou no Riacho do Meio”, lançado no último mês de março durante os festejos de São José, padroeiro da comunidade." Texto de Josélio Araújo-cetama

sexta-feira, 27 de abril de 2012

CORDEL: Ceará em novas rimas

Fonte: Diário do Nordeste, 25/04/2012
"Contemplados em uma antologia nacional, quatro cordelistas cearenses evidenciam potencial do Estado
O projeto tomou em torno de cinco anos, entre planejamento e elaboração. As referências, porém, foram construídas ao longo da vida inteira, graças à paixão pela cultura popular brasileira. Assim o poeta, cordelista e pesquisador Marco Haurélio, expoente do gênero no País, construiu a Antologia do Cordel Brasileiro, lançado em março deste ano em São Paulo, pela Global Editora. Fortaleza receberá o segundo lançamento da obra, amanhã, na Livraria Cultura.

A Capital não está no roteiro por acaso. Dos 15 cordelistas selecionados para a Antologia, quatro são cearenses - Arievaldo e Klévisson Viana (esse último, fundador da editora Tupynanquin, especializada em literatura de cordel), Evaristo Geraldo da Silva e Rouxinol do Rinaré, todos representantes da nova geração de autores e referência no País.

O livro reúne um texto de cada autor, entre pioneiros (como Leandro Gomes de Barros, nascido em 1865, cujo "O soldado jogador" abre a publicação) e clássicos (José Pacheco, Francisco Salles Arêda) até contemporâneos (além dos cearenses, há nomes como Pedro Monteiro e o próprio Marco Haurélio). As ilustrações ficaram a cargo do xilogravurista Erivaldo.

É a primeira vez que uma antologia contempla cordelistas da nova geração, bem como a produção de diferentes estados, como Ceará, Pernambuco, Paraíba, Bahia e Piauí. "Esse é o grande mérito do livro. Ao inserir o trabalho de autores contemporâneos e clássicos, alguns já falecidos, outro cujas obras eram significativamente ignoradas, Marco Haurélio apresenta um rico panorama do cordel hoje no Brasil", elogia Arievaldo.

Para o cearense, trata-se de uma opção emblemática, pois foi essa nova geração a responsável pela retomada do cordel após duas décadas de enfraquecimento do gênero.

"Nos anos 1980 e 90, as principais editoras especializadas fecharam suas portas, como a Lira Nordestina, em Juazeiro do Norte. Pesquisadores chegaram a decretar a morte do romance de cordel. No período, predominou o folheto reportagem, quase sempre de qualidade duvidosa", critica Arievaldo.

Os quatro cordelistas (reunidos na entrevista para esta matéria) concordam que o romance é o tipo de texto que realmente define o gênero cordel. "Requer maior engenhosidade do autor, personagens bem construídos, uma trama mais rica", ressalta Klévisson.

Atualmente, muitos cordéis são adaptações de obras em prosa de autores clássicos, como José de Alencar - segundo Arievaldo, uma exigência do mercado, que não deixa de contribuir para a difusão do cordel, especialmente entre os jovens. Não por acaso, um dos espaços onde o gênero é privilegiado é a escola. Todos os cearenses participantes da antologia, por exemplo, mantêm projetos vinculados a órgãos governamentais de educação (municipal, estadual ou federal). As iniciativas variam desde oficinas até participação em programas como o Alfabetização na Idade Certa (Paic).

"O melhor caminho para o cordel, hoje, é a sala de aula. Os leitores tradicionais não renovam seus referencias, querem os cordéis clássicos, que conhecem desde meninos", destaca o agente e entusiasta da cultura popular e Antônio Andrade Leal, também presente na entrevista. "E foi essa nova geração de cordelistas, de 10, 15 anos para cá, que levou o cordel para as escolas", explica.
Seleção
Para Arievaldo, esse é um trabalho de continuidade daquele iniciado pelos cordelistas clássicos. "No Ceará, por exemplo, tivemos Lucas Evangelista, de Crateús, ainda hoje ativo e Mestre da Cultura, e Expedido Sebastião da Silva, de Juazeiro. Sem esquecer Joaquim Batista, que declamava e vendia cordéis nos ônibus em Fortaleza", recorda.

Ainda segundo Arievaldo, para além da questão de contemplar a nova geração de autores, outro mérito de Antologia do Cordel Cearense é o cuidado na seleção de textos, que privilegiou obras menos conhecidas pelo público - tendo, assim, ampliado seu poder de difusão.

"
No caso de José Pacheco, por exemplo, em vez de publicar ´A chegada de Lampião no inferno´, seu cordel mais famoso, Haurélio escolheu "História do caçador que foi ao inferno", observa o cearense. "Outro destaque é ´A guerra dos passarinhos´, cordel inédito de Manoel D´Almeida Filho", complementa Arievaldo, que destaca ainda os textos que acompanham cada cordel selecionado, sobre sua origem e respectivo autor - uma mão na roda para leitores não iniciados. "Para ficar completo, essa Antologia precisaria de umas mil páginas", brinca o irmão Klévisson. Por isso, o cearense adianta que um segundo volume já faz parte dos planos de Marco Haurélio. "Por ser pesquisador e se dedicar há muito tempo ao gênero, ele conhece quem faz cordel de qualidade no Brasil", reconhece. Por enquanto, o trabalho é voltado à divulgação de Antologia, a ser lançado em diferentes cidades do Nordeste, além do Rio de Janeiro, onde reside Haurélio."
Mais informações
Lançamento de Antologia do Cordel Brasileiro - amanhã, às 19 horas, na Livraria Cultura (Av. Dom Luís, 1010, Meireles, shopping Varanda Mall). Contato: (85) 4008.0800
LIVRO
Antologia do Cordel Brasileiro
Marco Haurélio
Global
2012, 256 páginas
R$ 37
ADRIANA MARTINSREPÓRTER

sábado, 21 de abril de 2012

Fãs de quadrinhos produzem mangá inspirado em Padre Cícero



"Os fãs do quadrinhos e desenho japoneses, os otakus, estão em várias partes do mundo, inclusive nas cidades do Cariri, interior do Ceará. E a paixão dos fãs criou um mangá bem regional. No próximo dia 29, nove jovens que integram o grupo denominado Katsu (“Vencer” em japonês) lançam o primeiro mangá inspirado na trajetória do Padre Cícero Romão Batista, em Juazeiro do Norte.
Segundo o vice-presidente do grupo, Edson Gonçalves, o grupo existe há dois anos e promove atividades no Cariri voltadas para divulgação dos quadrinhos e desenhos japoneses. Há um ano e meio, pouco antes das festas de comemoração do centenário do Padre Cícero, o grupo decidiu produzir o mangá em homenagem ao padroeiro, aproveitando a oportunidade para reforçar o trabalho desenvolvido pelo Katsu.

“É complicado querer divulgar cultura japonesa em uma cidade de cultura totalmente regional como Juazeiro do Norte”, disse Gonçalves, explicando que o mangá foi a forma encontrada de dar visibilidade aos otakus do Cariri. A produção intitulada “Joaseiro” levou aproximadamente um ano para ficar pronta, segundo Gonçalves. “Visitamos museus, fizemos pesquisa histórica, buscamos conhecer os pontos turísticos que envolvem a trajetória do Padre Cícero”, afirma.

O resultado do ano de trabalho foram 56 páginas retratando o início da “missão” que, segundo os fieis, foi aceita por Padre Cícero quando ele ainda era jovem. “Nós falamos da chegada à Joazeiro [antigo nome da cidade] e dos problemas que ele [Padre Cícero] encontrou, como a da dependência com relação ao município do Crato. Este volume termina com a declaração de independência”, conta o vice-presidente do grupo.

Os criadores de “Joaseiro” afirmam ser influenciados por mangakas (desenhistas e roteiristas de mangás) especialistas no estilo shonen (mangás para meninos), como Takehiro Inoue autor de Vagabond; Akira Toriyama, autor da saga Dragon Ball; e Yoshihiro Togashi, autor de Yuyu Hakushô. Mas, escolheram o estilo shoujo (mangás para meninas) como traço oficial do quadrinho de Padre Cícero.

Cinco pessoas do grupo Katsu trabalharam diretamente na produção do quadrinho, outras quatro assumiram funções administrativa e de captação de recursos. “Agora que conseguimos apoio, a gente quer dar continuidade a história”. De acordo com Edson Gonçalves, a popularidade crescente e os preparativos para o lançamento do mangá Joazeiro, fez com que novas propostas surgissem para o grupo e, com elas a necessidade de agregar novos membros.

Uma delas é a transformação de alguns cordéis em mangás, estendendo a popularidade do estilo ao tradicionalismo do cordel cearense. Os responsáveis pela produção de “Joaseiro” estarão no evento de lançamento do mangá, o Sertão Otaku que ocorre nos dias 28 e 29 de abril no Sesc Juazeiro. O evento é gratuito.

Conheça os autores do “Joaseiro”:
Allan Fefferson – desenho, tons e cores
Israel de Oliveira – desenho e storyboard e arte final
Jefferson de Lima – arte final
Hiroyto Sobreira – roteiro
Tony Paixão – tratamento digital
Edson Gonçalves – publicação
Luís Monteiro – coordenador do projeto
Leandro da Silva – tesoureiro
José Fábio Vieira – presidente

Fonte: G1"

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Literatura de cordel: uma questão da historiografia literária brasileira


Autor: Leon Cardoso

"Este livro foi fruto de uma intensa pesquisa sobre a relação da literatura popular, especificamente a literatura de cordel, com a historiografia literária brasileira. Esta ralação é marcada por um processo de exclusão desta literatura de diversos estudos que buscam refletir acerca da história da literatura brasileira. É preciso inserirmos o cordel em nossa história literária, não por vontade de um pesquisador em particular, mas por esta literatura ser das mais intensas e das mais sublimes em nossa hitória literária."