quinta-feira, 31 de maio de 2012

BNDES financiará Museu Casa do Pontal (RJ)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES) irá financiar projeto de preservação, segurança e catalogação do acervo do Museu Casa do Pontal, instalado no bairro Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. O projeto está estimado em  R$ 882 mil .
O Museu Casa do Pontal é reconhecidamente o maior museu de arte popular do Brasil, reunindo aproximadamente 8 mil obras de 200 artistas brasileiros. O acervo do Museu Casa do Pontal foi reunido ao longo de 40 anos pelo designar francês Jacques Van de Beuque (1922-2000), que veio para o Brasil com o fim da 2.ª Guerra Mundial. 
Entre os artistas expostos estão os pernambucanos Mestre Vitalino, Luís Antônio, Antônia Bezerra Leão, Baé, Adriano e Antônio Barbosa; os mineiros Ana do Baú, Cícera Candida, Adão de Lourdes e Antônio Julião; os cearenses Ciça e Celestino; os fluminenses Adalton Fernandes Lopes e Dadinho; os goianos Antônio Poteiro e Lunildes; e os baianos Mestre Didi e Otávio. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Xilógrafos do Juazeiro - Coleção Geová Sobreira"

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1139716 
Texto: FÁBIO MARQUES ( REPÓRTER)

Não é apenas à corriqueira ilustração de livretos de cordéis, novenas e rótulos de produtos manufaturados ou às sutilezas caprichosas das artes plásticas. A xilogravura serve, em seus talhos, sobretudo, ao registro de um povo, de uma cultura, materializando em suas cenas uma maneira de perceber o mundo, de representar valores e narrar histórias. Em exposição inaugurada hoje, às 18h30, no Museu do Ceará, meia centena de obras do gênero resgatam imagens do sertão cearenses. São peças da lavra de seis importantes gravadores que passaram por Juazeiro do Norte em meados do século XX.
Sob curadoria do pesquisador e escritor Gilmar de Carvalho, a mostra "Xilógrafos do Juazeiro - Coleção Geová Sobreira" apresenta matrizes de peças produzidas por Mestre Noza, João Pereira da Silva, Antônio Batista da Silva, Walderêdo Gonçalves, Damásio Paulo e Manoel Santeiro. Um raro acervo que é, pela primeira vez, exposto ao público.
Histórico"Trata-se um material histórico que representa a primeira fase da xilogravura de Juazeiro", define Gilmar de Carvalho. "É importante que ele (Geová Sobreira) tenha guardado este acervo", destaca o curador sobre as peças, que foram recolhidas ao longo de anos de convivência de Geová com artistas que frequentavam a gráfica de sua família, a Tipografia Sobreira, até hoje em funcionamento da região.

"O Geová foi a pessoa que apresentou Ralph Della Cava (historiador norte-americano, autor do clássico sobre a vida e o culto de Padre Cícero, "Milagre em Joaseiro") aos poetas de Juazeiro. Quando ele chegou ao Cariri cearense em 1964, o Geová fez a interlocução com esses artistas", destaca Gilmar de Carvalho, sobre a intimidade do colecionador com a arte da região retratada.

Estarão expostos os tacos (matrizes gravadas em madeira) e as reproduções das xilos, acompanhadas de texto explicativo. Os tacos, segundo Gilmar, datam de um período que vai do final dos anos 1940 até meados dos anos 1960. Guardado na casa de Geová, em Brasília, até então o acervo só havia chegado ao conhecimento do público por meio de duas edições do livro "Xilógrafos de Juazeiro", editado pela primeira vez em 1986, pela Edições UFC.
Relíquia
Entre as peças mais importantes, destaca Gilmar, estão as que compõem a "Via Sacra", de autoria de Mestre Noza. Segundo o pesquisador, é possível que esta seja a segunda a ser cortada pelo mestre, que antes havia talhado uma outra, que foi levada às mãos do editor francês Robert Morel por Sérvulo Esmeraldo, nos anos 1960.

A coleção estará exposta em formato ampliado, de 1,7 m de base por 2,5 m de altura e vem acompanhada de trechos de um texto do próprio Gilmar de Carvalho, composto nos moldes de cordel para ilustrar as 14 estações da Via Sacra, na peça "Orixás do Ceará", encenada em 1974. As reproduções estarão a venda ainda no tamanho original, prensadas na Tipografia Sobreira e organizadas em uma caixa.
Gráfica
A mostra é aberta ao público e fica em cartaz até o dia 31 de agosto. Durante esse período, além das xilogravuras expostas, o Museu do Ceará recebe toda a instrumentação necessária ao funcionamento de uma tipografia de cordéis.

O mestre gravador João Pedro de Juazeiro é o responsável pelo acervo e, em três dias da semana, colocará o maquinário para funcionar, reproduzindo o trabalho que desenvolve em sua Tipografia São Francisco. Ali, o artista promete compor folhetos, rodar cordéis, talhar tacos e imprimir xilogravuras.

"Teremos caixas de tipos, máquina impressora, prelo de prova, matrizes xilográficas, rolo de tintas, papeis, canivetes, estiletes. Todos os utensílios, equipamentos e maquinário de uma pequena tipografia artesanal", ilustra Gilmar. Durante o período, João Pedro ministra oficinas e workshops, e as escolas podem agendar visitas guiadas à exposição.
Comemoração
"Xilógrafos do Juazeiro - Coleção Geová Sobreira" faz parte das comemorações de 80 anos do Museu do Ceará. O coquetel de abertura conta com apresentação do show "Raízes Nordestinas da Música Brasileira", com Daniel Sobreira (viola e violão clássico), Eugênio Matos (teclado), Jhony Rodergas (percussão).

No repertório, entram músicas de várias gerações e correntes da música nordestina, como Luiz Gonzaga, Vital Farias, Elomar, Hermeto Pascoal, passando ainda por sua influência na obra de Pixinguinha, Chico Buarque e Edu Lobo.
Mais informações:
Xilógrafos do Juazeiro - Coleção Geová Sobreira. Abertura às 18h30 no Museu do Ceará (Rua São Paulo, 51 - Centro). Em cartaz até dia 21 de agosto. Entrada franca. Contato: (85) 3101.2609
SAIBA MAISMestre Noza (1897 - 1983)
Um dos grandes escultores do Cariri, nasceu em Taquaritinga do Norte, Pernambuco, e migrou para Juazeiro em busca de uma vida melhor. A convite de Sérvulo Esmeraldo, cortou uma Via Sacra em xilogravura, editada por Robert Morel, em Paris, em 1962.
João Pereira da Silva (1888 - 1974)
Teve intensa participação na vida de Juazeiro, como comerciante, dono de uma bodega famosa, na esquina das ruas do Cruzeiro e São Paulo. Participou ativamente da vida política da cidade. Também foi escultor e um dos grandes nomes da xilogravura tradicional
Antônio Batista da Silva (1927 - 1995)
Trabalhou nas principais tipografias de Juazeiro do Norte e se destacou no corte de tacos xilográficos, assinando capas de folhetos e rótulos para as manufaturas da região.
Walderêdo Gonçalves (1920 - 2005)
Titulado mestre da cultura pelo Governo do Estado em 2004, foi um dos grandes nomes da xilogravura tradicional, destacando-se pelas gradações entre o preto e o branco que conseguia obter. É autor de álbuns como "Apocalipse" e "O Folclore Cratense".
Damásio Paulo (1910 - **** )
Sabe-se pouco a seu respeito. Teria nascido em Pernambuco, nas Ingazeiras, por volta do ano de 1910. Em Juazeiro do Norte, foi gerente da Tipografia São Francisco onde destacou-se também como poeta. Saiu de Juazeiro por desavenças familiares nos anos 1950 e teve destino ignorado.
Manoel Santeiro
Teria nascido em União dos Palmares, Alagoas, no começo do século XX. Iniciou-se na escultura em Juazeiro, na oficina do mestre Manuelzim, atuando como santeiro. Cortou poucos tacos, o que valoriza mais o pouco que fez. Faleceu no final dos anos 1970.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cordel de Abraão Batista na Bienal de Manaus

Fonte: http://emtempo.com.br/editorias/cultura/11744Texto: Áquila Sicsú

Abraão Batista, autor de centenas de folhetos de cordel e xilogravuras, está expondo sua obra na Bienal do Livro, que ocorre na cidade de Manaus.

Abraão é assíduo participante desses encontros e, segundo afirma, escreverá folheto narrando sua passagem na capital do Amazonas.