domingo, 20 de fevereiro de 2011

Exposição de Mário Teles, filho de GTO


Quem está expondo esculturas em BH é Mário Teles, de 68 anos. Filho e assistente do escultor G.T.O (1913-1990), um dos mais importantes artistas mineiros, ele aprendeu o ofício em família. A mostra reúne 10 peças criadas entre 2010 e 2011: são guardas de congado, rodas de músicos, pirâmides humanas, índios e pau de sebo. Mário Teles explica que seu trabalho é pessoal. Ricas em detalhes, as imagens “vêm do pensamento”, diz. As posições das figuras, faces e expressões são únicas: “Não repito trabalhos. Quando começo a fazer uma peça, sei o que quero”. Se o trabalho do pai, “até pela idade avançada”, era mais “rústico e primitivo”, o dele é “mais elaborado e certinho”. Como G.T.O, Mário Teles deixa aparente o rastro do formão. “Tenho orgulho de seguir o caminho dele”, afirma, elogiando a criatividade e a força da arte do pai. “Em qualquer lugar, esse trabalho chama a atenção”, frisa. A dedicação à cultura popular tem explicação: “Minas Gerais é muito rica nesse setor e sou mineiro da gema”, conta o artista. Terapia “Na minha idade, fazer arte também é terapia. Trabalhando, esqueço de tudo”, revela Mário, que gosta de pescar e de futebol, assim como G.T.O. O ingresso na atividade artística foi favorecido pela facilidade para o desenho, além do gosto por artesanato, folclore e circo. O que Mário via no cotidiano reproduzia em casa, usando folhas de papel. Motivo de satisfação: as palestras que faz nas escolas de Divinópolis, onde mora e trabalha, e o contato com o público nas exposições. A tradição passou de geração para geração. O assistente de Mário é o filho, Alex, de 36 anos. Além de “vazar” as esculturas para o pai, ele cuida de outro projeto ambicioso: o Museu G.T.O, instalado no ateliê da família. Lá fica o pequeno acervo de obras, objetos pessoais e ferramentas de trabalho. O avô, conta Alex Teles, gostava mesmo é de esculpir ao ar livre, sob um pé de jabuticaba. O projeto é criar o Instituto G. T. O: o ateliê seria transformado em centro cultural e abrigaria oficinas, exposições e biblioteca. Em 1981, o espaço surgiu diante da necessidade de um endereço para receber turistas que iam a Divinópolis conhecer o artista mineiro. O neto conseguiu verba para algumas reformas, como a restauração da fachada e a construção de banheiros e da sala de exposição. “Isso representa valorização do patrimônio histórico e da cultura da cidade”, explica Alex. A previsão é de que a primeira etapa da empreitada fique pronta até junho, quando se comemora o aniversário de Divinópolis. O Museu G.T.O funciona na Rua Rubi, 283, Bairro Niterói. Está aberto de segunda-feira a sábado, das 8h às 17h.

Mário Teles Escultura. Galeria de Artes do Sesc/MG, Rua Tupinambás, 956, 1º andar, Centro. De segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h. Informações: (31)3279-1462. Até 18 de março. Entrada franca.

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