Em homenagem aos 100 anos de Juazeiro do Norte, a nova edição do Anuário do Ceará apresenta ao leitor informações sobre a história do município cearense e suas principais manifestações culturais. Considerada a publicação mais antiga de nosso Estado, o Anuário do Ceará 2011 – 2012 é fruto de um levantamento detalhado de dados que abrangem as mais tradicionais vertentes da nossa cultura e, a partir do tema principal, dimensiona o quanto a fé teve participação decisiva na consolidação dos nossos costumes. O Anuário será lançado amanhã, às 20 horas, no La Maison Dunas, com cerimônia para convidados.
“Juazeiro é uma das principais cidades do Ceará. É rica em cultura, um dos nossos polos industriais mais populosos. Não poderíamos deixar de homenagear”, comenta Nathália Bernardo, editora-adjunta do Anuário. Na edição passada, a publicação também celebrou outras duas comemorações importantes: o centenário do Theatro José de Alencar e de Rachel de Queiroz. “Desta vez, nos dedicamos à história de Juazeiro, a emancipação do Crato, seus movimentos político, o atual Juazeiro, do cheiro que tem às cores, aos detalhes”.
Uma das pesquisas bibliográficas interessantes do Anuário do Ceará sobre Juazeiro foi buscar quantos Cíceros e Cíceras foram registrados nos cartórios da cidade. Mais de 70 anos após sua morte, a influência de Padre Cícero ainda pode ser percebida nos pequenos gestos dos juazeirenses. O resultado da investigação é que, desde o ano 2000, foram registradas 2.500 crianças com nomes que remetem a Padre Cícero.
Além de informações sobre o centenário de Juazeiro, o capítulo O Ceará da Cultura aborda os bens tombados pelo Município de Fortaleza, pelo Estado e pela União; os mestres da cultura; as dioceses cearenses; o calendário de eventos católicos e os perfis dos bispos do Ceará. O Anuário identifica mais de 70 bens tombados como Patrimônio Histórico, como é o caso do Mercado dos Pinhões, o Farol do Mucuripe e o Forte de Nossa Senhora da Assunção.
Dos mestres da cultura, a nova edição do Anuário do Ceará destaca o mateiro Raimundo de Brito Silva, natural de Juazeiro do Norte, que desenvolve xaropes e chás feitos com raízes, cascas e folhas da região; e o xilógrafo e cordelista João Stênio Silva Diniz, com obras espalhadas pelos principais museus de gravura do país e do exterior. Há também espaço para falar do amplo calendário de festejos religiosos, como a Festa de Nossa Senhora de Fátima, realizada todo dia 13 de maio, no Santuário Nossa Senhora de Fátima, em Fortaleza; e a Festa do Pau de Santo Antônio, celebrada no último domingo de maio, em Barbalha.
Projeto gráfico
O conceito do projeto gráfico do Anuário do Ceará é um dos grandes atrativos da publicação. Com capa dura e leveza no papel, o projeto se inspira na arte naïf de Mestre Noza, o santeiro de Padre Cícero. “Como a intenção era homenagear a cultura de Juazeiro, procuramos os traços mais leves, as cores e os detalhes, inspirados no Mestre Noza”, explica Nathália Bernardo.
Apesar de se basear nas esculturas e nas xilogravuras de Mestre Noza, as ilustrações do Anuário tem identidade própria. “Elas apresentam um pouco de tudo da cultura cearense: o bumba meu boi, os reisados, os penitentes, as bandas cabaçais”, comenta Deglaucy Jorge, editor de design do Anuário. Figuras humanas e elementos da cultura cearense foram pensados não só para fazer as ilustrações do Anuário, mas também para elaborar a capa. “Buscamos inspiração também nos dados do censo para compor o projeto gráfico”. Cada capítulo abre com uma ilustração e é separado por uma fitinha colorida, que facilita a navegação do leitor. “Antes as aberturas dos capítulos eram só ilustrativas e agora elas dão informação e funcionalidade ao projeto”.
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