segunda-feira, 18 de junho de 2012

Literatura de Cordel: 40 livros grátis


"A Universia Brasil, maior rede de colaboração universitária presente em 23 países, separou uma lista de livros grátis de literatura de cordel que estão disponíveis para baixar na internet.

Grande parte dos livros são de autores comoLeandro Gomes de Barros e Guaipuan Vieira, membros da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, gênero escrito frequentemente de forma rimada e impresso em folhetos.

Neste estilo literário, alguns dos poemas são ilustrados com xilogravuras, as mesmas usadas nas capas dos folhetos. O nome surgiu da maneira em que os folhetos eram vendidos na rua, pendurados em barbantes."

Confira a seguir os 40 livros grátis de literatura de cordel para baixar:


A carta do pistoleiro Mainha à sociedade

Autor: Guaipuan Vieira 

A chegada de Lampião no céu

Autor: Guaipuan Vieira 

A Filha do Pescador

Autor: Leandro Gomes de Barros 

Afonso Arinus

Autor: Crispiano Neto 

A Força do Amor: Alonso e Marina

Autor: José Bernardo da Silva 

Alexandre de Gusmão

Autor: Fundação Alexandre de Gusmão 

A Mulher Roubada

Autor: Leandro Gomes de Barros 

Antônio Silvino: o rei dos cangaceiros

Autor: Leandro Gomes de Barros 

Antônio Silvino: Vida, Crimes e Julgamento

Autor: Francisco das Chagas Batista 

A Seca do Ceará

Autor: Leandro Gomes de Barros 

As proezas de um namorado mofino

Autor: Leandro Gomes de Barros 

As Quatro Órfãs de Portugal ou O Valor da Honestidade

Autor: João Melquíades Ferreira da Silva 

A terrível história da Perna Cabeluda

Autor: Guaipuan Vieira 

A triste partida do Rei do Baião

Autor: Guaipuan Vieira 

Augusto Frederico Schmidt - um autêntico brasileiro

Autor: Chico de Assis 

A visita de Bin Laden ao inferno

Autor: Guaipuan Vieira 

Barão do Rio Branco

Autor: Crispiano Neto 

Combate de José Colatino com o Carranca do Piauí

Autor: João Melquíades Ferreira da Silva 

Gilberto Amado

Autor: Crispiano Neto 

História da Princesa da Pedra Fina

Autor: Leandro Gomes de Barros 

História da Donzela Teodora

Autor: Leandro Gomes de Barros 

História de Juvenal e o Dragão

Autor: Leandro Gomes de Barros 

História de Zezinho e Mariquinha

Autor: Silvino Pirauá de Lima 

História do Boi Misterioso

Autor: Leandro Gomes de Barros 

História do Cachorro dos Mortos

Autor: Leandro Gomes de Barros 

História do Valente Sertanejo Zé Garcia

Autor: João Melquíades Ferreira da Silva 

Mainha, o maior pistoleiro do Nordeste

Autor: Guaipuan Vieira 

O Casamento do Bode com a Raposa

Autor: José Bernardo da Silva 

O Casamento do Calangro

Autor: Leandro Gomes de Barros 

O Príncipe e a Fada

Autor: Leandro Gomes de Barros 

Os Martírios de Genoveva

Autor: Leandro Gomes de Barros 

Os Sofrimentos de Alzira

Autor: Leandro Gomes de Barros 

O Testamento da Cigana Esmeralda

Autor: Leandro Gomes de Barros 

O Valor da Mulher

Autor: Leandro Gomes de Barros 

Peleja de Joaquim Jaqueira com João Melquíades

Autor: João Melquíades Ferreira da Silva 

Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho

Autor: José Bernardo da Silva 

Romance do Pavão Misterioso

Autor: João Melquíades Ferreira da Silva 

Roques Matheus do Rio São Francisco

Autor: Leandro Gomes de Barros 

Rui Barbosa

Autor: Crispiano Neto 

Uma Viagem ao Céu

Autor: Leandro Gomes de Barros 

domingo, 10 de junho de 2012

Prêmio Silvio Romero 2012: inscrições abertas

Fonte: www.cnfcp.gov.br
Estão abertas até 31 de julho as inscrições para o Concurso Sílvio Romero de Monografias sobre Folclore e Cultura Popular edição 2012. Criado em 1959, o prêmio é concedido anualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura (Iphan), por intermédio do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), com o fim de fomentar a pesquisa, estimulando a diversidade e a atualização da produção de conhecimento no país voltada para esse campo de estudos.
Os prêmios, nos valores de R$ 13 mil e R$ 10 mil, serão concedidos aos autores dos trabalhos classificados em primeiro e em segundo lugares, respectivamente. A critério da Comissão Julgadora ainda poderão ser indicadas até três menções honrosas, agraciadas exclusivamente com o título de destaque.
As monografias concorrentes deverão ser inéditas e ter por objeto temas do campo de estudos da cultura popular e do folclore brasileiros. A análise dos trabalhos concorrentes terá por base os seguintes critérios: contribuição ao aprofundamento e à renovação dos estudos de folclore e cultura popular; originalidade do tema e/ou abordagem; domínio de bibliografia especializada; consistência na argumentação e clareza na apresentação dos resultados; fundamentação teórica, quadro de referência conceitual e metodologia empregada; e desenvolvimento do trabalho com base em pesquisa de campo e/ou bibliográfica. O trabalho poderá ser individual ou de equipe, e cada autor só poderá concorrer com uma única monografia.
Os trabalhos deverão ser entregues ao Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, na Rua do Catete, 179, Catete, Rio de Janeiro, RJ, CEP 22.220-000, impreterivelmente até as 18 horas do dia 31 de julho, ou remetidos pelos Correios, sob registro, até a data indicada, sendo o carimbo de postagem o comprovante para a observância do prazo.
Os trabalhos vencedores e as menções honrosas serão anunciados no mês de dezembro, em dia a ser fixado.
Mais informações e edital completo
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Setor de Pesquisa
Rua do Catete, 179 - Catete
Rio de Janeiro - RJ  22.220-000
(21) 2285-0441 / 2285-0891, ramais 214 e 215
Visite www.cnfcp.gov.br 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cores e Pincéis: criações de Manoel Correia do Nascimento

O Ministério da Cultura, o IPHAN, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular convidam para a inauguração da exposição Cores e Pincéis: criações de Manoel Correia do Nascimento, na Sala do Artista Popular.
Haverá venda e exposição das criações do artista. 
Inauguração: 14 de junho de 2012, às 17h
Período: 14 de junho a 22 de julho de 2012
Exposição e venda
Terça a sexta-feira, das 11h às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Rua do Catete, 179/Galeria Mestre Vitalino (acesso pelo Parque do Museu da República) Rio de Janeiro
*Esta edição da SAP será realizada na Galeria Mestre Vitalino, no anexo que fica dentro do Parque do Museu da República.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

BNDES financiará Museu Casa do Pontal (RJ)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES) irá financiar projeto de preservação, segurança e catalogação do acervo do Museu Casa do Pontal, instalado no bairro Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. O projeto está estimado em  R$ 882 mil .
O Museu Casa do Pontal é reconhecidamente o maior museu de arte popular do Brasil, reunindo aproximadamente 8 mil obras de 200 artistas brasileiros. O acervo do Museu Casa do Pontal foi reunido ao longo de 40 anos pelo designar francês Jacques Van de Beuque (1922-2000), que veio para o Brasil com o fim da 2.ª Guerra Mundial. 
Entre os artistas expostos estão os pernambucanos Mestre Vitalino, Luís Antônio, Antônia Bezerra Leão, Baé, Adriano e Antônio Barbosa; os mineiros Ana do Baú, Cícera Candida, Adão de Lourdes e Antônio Julião; os cearenses Ciça e Celestino; os fluminenses Adalton Fernandes Lopes e Dadinho; os goianos Antônio Poteiro e Lunildes; e os baianos Mestre Didi e Otávio. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Xilógrafos do Juazeiro - Coleção Geová Sobreira"

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1139716 
Texto: FÁBIO MARQUES ( REPÓRTER)

Não é apenas à corriqueira ilustração de livretos de cordéis, novenas e rótulos de produtos manufaturados ou às sutilezas caprichosas das artes plásticas. A xilogravura serve, em seus talhos, sobretudo, ao registro de um povo, de uma cultura, materializando em suas cenas uma maneira de perceber o mundo, de representar valores e narrar histórias. Em exposição inaugurada hoje, às 18h30, no Museu do Ceará, meia centena de obras do gênero resgatam imagens do sertão cearenses. São peças da lavra de seis importantes gravadores que passaram por Juazeiro do Norte em meados do século XX.
Sob curadoria do pesquisador e escritor Gilmar de Carvalho, a mostra "Xilógrafos do Juazeiro - Coleção Geová Sobreira" apresenta matrizes de peças produzidas por Mestre Noza, João Pereira da Silva, Antônio Batista da Silva, Walderêdo Gonçalves, Damásio Paulo e Manoel Santeiro. Um raro acervo que é, pela primeira vez, exposto ao público.
Histórico"Trata-se um material histórico que representa a primeira fase da xilogravura de Juazeiro", define Gilmar de Carvalho. "É importante que ele (Geová Sobreira) tenha guardado este acervo", destaca o curador sobre as peças, que foram recolhidas ao longo de anos de convivência de Geová com artistas que frequentavam a gráfica de sua família, a Tipografia Sobreira, até hoje em funcionamento da região.

"O Geová foi a pessoa que apresentou Ralph Della Cava (historiador norte-americano, autor do clássico sobre a vida e o culto de Padre Cícero, "Milagre em Joaseiro") aos poetas de Juazeiro. Quando ele chegou ao Cariri cearense em 1964, o Geová fez a interlocução com esses artistas", destaca Gilmar de Carvalho, sobre a intimidade do colecionador com a arte da região retratada.

Estarão expostos os tacos (matrizes gravadas em madeira) e as reproduções das xilos, acompanhadas de texto explicativo. Os tacos, segundo Gilmar, datam de um período que vai do final dos anos 1940 até meados dos anos 1960. Guardado na casa de Geová, em Brasília, até então o acervo só havia chegado ao conhecimento do público por meio de duas edições do livro "Xilógrafos de Juazeiro", editado pela primeira vez em 1986, pela Edições UFC.
Relíquia
Entre as peças mais importantes, destaca Gilmar, estão as que compõem a "Via Sacra", de autoria de Mestre Noza. Segundo o pesquisador, é possível que esta seja a segunda a ser cortada pelo mestre, que antes havia talhado uma outra, que foi levada às mãos do editor francês Robert Morel por Sérvulo Esmeraldo, nos anos 1960.

A coleção estará exposta em formato ampliado, de 1,7 m de base por 2,5 m de altura e vem acompanhada de trechos de um texto do próprio Gilmar de Carvalho, composto nos moldes de cordel para ilustrar as 14 estações da Via Sacra, na peça "Orixás do Ceará", encenada em 1974. As reproduções estarão a venda ainda no tamanho original, prensadas na Tipografia Sobreira e organizadas em uma caixa.
Gráfica
A mostra é aberta ao público e fica em cartaz até o dia 31 de agosto. Durante esse período, além das xilogravuras expostas, o Museu do Ceará recebe toda a instrumentação necessária ao funcionamento de uma tipografia de cordéis.

O mestre gravador João Pedro de Juazeiro é o responsável pelo acervo e, em três dias da semana, colocará o maquinário para funcionar, reproduzindo o trabalho que desenvolve em sua Tipografia São Francisco. Ali, o artista promete compor folhetos, rodar cordéis, talhar tacos e imprimir xilogravuras.

"Teremos caixas de tipos, máquina impressora, prelo de prova, matrizes xilográficas, rolo de tintas, papeis, canivetes, estiletes. Todos os utensílios, equipamentos e maquinário de uma pequena tipografia artesanal", ilustra Gilmar. Durante o período, João Pedro ministra oficinas e workshops, e as escolas podem agendar visitas guiadas à exposição.
Comemoração
"Xilógrafos do Juazeiro - Coleção Geová Sobreira" faz parte das comemorações de 80 anos do Museu do Ceará. O coquetel de abertura conta com apresentação do show "Raízes Nordestinas da Música Brasileira", com Daniel Sobreira (viola e violão clássico), Eugênio Matos (teclado), Jhony Rodergas (percussão).

No repertório, entram músicas de várias gerações e correntes da música nordestina, como Luiz Gonzaga, Vital Farias, Elomar, Hermeto Pascoal, passando ainda por sua influência na obra de Pixinguinha, Chico Buarque e Edu Lobo.
Mais informações:
Xilógrafos do Juazeiro - Coleção Geová Sobreira. Abertura às 18h30 no Museu do Ceará (Rua São Paulo, 51 - Centro). Em cartaz até dia 21 de agosto. Entrada franca. Contato: (85) 3101.2609
SAIBA MAISMestre Noza (1897 - 1983)
Um dos grandes escultores do Cariri, nasceu em Taquaritinga do Norte, Pernambuco, e migrou para Juazeiro em busca de uma vida melhor. A convite de Sérvulo Esmeraldo, cortou uma Via Sacra em xilogravura, editada por Robert Morel, em Paris, em 1962.
João Pereira da Silva (1888 - 1974)
Teve intensa participação na vida de Juazeiro, como comerciante, dono de uma bodega famosa, na esquina das ruas do Cruzeiro e São Paulo. Participou ativamente da vida política da cidade. Também foi escultor e um dos grandes nomes da xilogravura tradicional
Antônio Batista da Silva (1927 - 1995)
Trabalhou nas principais tipografias de Juazeiro do Norte e se destacou no corte de tacos xilográficos, assinando capas de folhetos e rótulos para as manufaturas da região.
Walderêdo Gonçalves (1920 - 2005)
Titulado mestre da cultura pelo Governo do Estado em 2004, foi um dos grandes nomes da xilogravura tradicional, destacando-se pelas gradações entre o preto e o branco que conseguia obter. É autor de álbuns como "Apocalipse" e "O Folclore Cratense".
Damásio Paulo (1910 - **** )
Sabe-se pouco a seu respeito. Teria nascido em Pernambuco, nas Ingazeiras, por volta do ano de 1910. Em Juazeiro do Norte, foi gerente da Tipografia São Francisco onde destacou-se também como poeta. Saiu de Juazeiro por desavenças familiares nos anos 1950 e teve destino ignorado.
Manoel Santeiro
Teria nascido em União dos Palmares, Alagoas, no começo do século XX. Iniciou-se na escultura em Juazeiro, na oficina do mestre Manuelzim, atuando como santeiro. Cortou poucos tacos, o que valoriza mais o pouco que fez. Faleceu no final dos anos 1970.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cordel de Abraão Batista na Bienal de Manaus

Fonte: http://emtempo.com.br/editorias/cultura/11744Texto: Áquila Sicsú

Abraão Batista, autor de centenas de folhetos de cordel e xilogravuras, está expondo sua obra na Bienal do Livro, que ocorre na cidade de Manaus.

Abraão é assíduo participante desses encontros e, segundo afirma, escreverá folheto narrando sua passagem na capital do Amazonas.

sábado, 28 de abril de 2012

Cordel: “O Apelo de ma Criança", de Lindicássia Nascimento

"A poetisa Lindicássia Nascimento, lança no dia 20 de maio o cordel “O Apelo de uma Criança”. O lançamento será realizado no Parque Ecológico do Riacho do Meio, durante encontro de poetas de Barbalha, Juazeiro do Norte e Crato. O novo cordel, que será lançado pela Sociedade dos Poetas de Barbalha (SPB), fala sobre a vida de um menino de rua que busca apoio para educação, amor e mais fraternidade. É um trabalho didático, só que em versos.
A xilogravura é do também poeta e membro da SPB, Francisco de Assis Sousa (Tiquinho). Lindicássia aproveitará o evento para apresentar outros trabalhos de sua autoria, inclusive o cordel intitulado “O Pau quebrou no Riacho do Meio”, lançado no último mês de março durante os festejos de São José, padroeiro da comunidade." Texto de Josélio Araújo-cetama

sexta-feira, 27 de abril de 2012

CORDEL: Ceará em novas rimas

Fonte: Diário do Nordeste, 25/04/2012
"Contemplados em uma antologia nacional, quatro cordelistas cearenses evidenciam potencial do Estado
O projeto tomou em torno de cinco anos, entre planejamento e elaboração. As referências, porém, foram construídas ao longo da vida inteira, graças à paixão pela cultura popular brasileira. Assim o poeta, cordelista e pesquisador Marco Haurélio, expoente do gênero no País, construiu a Antologia do Cordel Brasileiro, lançado em março deste ano em São Paulo, pela Global Editora. Fortaleza receberá o segundo lançamento da obra, amanhã, na Livraria Cultura.

A Capital não está no roteiro por acaso. Dos 15 cordelistas selecionados para a Antologia, quatro são cearenses - Arievaldo e Klévisson Viana (esse último, fundador da editora Tupynanquin, especializada em literatura de cordel), Evaristo Geraldo da Silva e Rouxinol do Rinaré, todos representantes da nova geração de autores e referência no País.

O livro reúne um texto de cada autor, entre pioneiros (como Leandro Gomes de Barros, nascido em 1865, cujo "O soldado jogador" abre a publicação) e clássicos (José Pacheco, Francisco Salles Arêda) até contemporâneos (além dos cearenses, há nomes como Pedro Monteiro e o próprio Marco Haurélio). As ilustrações ficaram a cargo do xilogravurista Erivaldo.

É a primeira vez que uma antologia contempla cordelistas da nova geração, bem como a produção de diferentes estados, como Ceará, Pernambuco, Paraíba, Bahia e Piauí. "Esse é o grande mérito do livro. Ao inserir o trabalho de autores contemporâneos e clássicos, alguns já falecidos, outro cujas obras eram significativamente ignoradas, Marco Haurélio apresenta um rico panorama do cordel hoje no Brasil", elogia Arievaldo.

Para o cearense, trata-se de uma opção emblemática, pois foi essa nova geração a responsável pela retomada do cordel após duas décadas de enfraquecimento do gênero.

"Nos anos 1980 e 90, as principais editoras especializadas fecharam suas portas, como a Lira Nordestina, em Juazeiro do Norte. Pesquisadores chegaram a decretar a morte do romance de cordel. No período, predominou o folheto reportagem, quase sempre de qualidade duvidosa", critica Arievaldo.

Os quatro cordelistas (reunidos na entrevista para esta matéria) concordam que o romance é o tipo de texto que realmente define o gênero cordel. "Requer maior engenhosidade do autor, personagens bem construídos, uma trama mais rica", ressalta Klévisson.

Atualmente, muitos cordéis são adaptações de obras em prosa de autores clássicos, como José de Alencar - segundo Arievaldo, uma exigência do mercado, que não deixa de contribuir para a difusão do cordel, especialmente entre os jovens. Não por acaso, um dos espaços onde o gênero é privilegiado é a escola. Todos os cearenses participantes da antologia, por exemplo, mantêm projetos vinculados a órgãos governamentais de educação (municipal, estadual ou federal). As iniciativas variam desde oficinas até participação em programas como o Alfabetização na Idade Certa (Paic).

"O melhor caminho para o cordel, hoje, é a sala de aula. Os leitores tradicionais não renovam seus referencias, querem os cordéis clássicos, que conhecem desde meninos", destaca o agente e entusiasta da cultura popular e Antônio Andrade Leal, também presente na entrevista. "E foi essa nova geração de cordelistas, de 10, 15 anos para cá, que levou o cordel para as escolas", explica.
Seleção
Para Arievaldo, esse é um trabalho de continuidade daquele iniciado pelos cordelistas clássicos. "No Ceará, por exemplo, tivemos Lucas Evangelista, de Crateús, ainda hoje ativo e Mestre da Cultura, e Expedido Sebastião da Silva, de Juazeiro. Sem esquecer Joaquim Batista, que declamava e vendia cordéis nos ônibus em Fortaleza", recorda.

Ainda segundo Arievaldo, para além da questão de contemplar a nova geração de autores, outro mérito de Antologia do Cordel Cearense é o cuidado na seleção de textos, que privilegiou obras menos conhecidas pelo público - tendo, assim, ampliado seu poder de difusão.

"
No caso de José Pacheco, por exemplo, em vez de publicar ´A chegada de Lampião no inferno´, seu cordel mais famoso, Haurélio escolheu "História do caçador que foi ao inferno", observa o cearense. "Outro destaque é ´A guerra dos passarinhos´, cordel inédito de Manoel D´Almeida Filho", complementa Arievaldo, que destaca ainda os textos que acompanham cada cordel selecionado, sobre sua origem e respectivo autor - uma mão na roda para leitores não iniciados. "Para ficar completo, essa Antologia precisaria de umas mil páginas", brinca o irmão Klévisson. Por isso, o cearense adianta que um segundo volume já faz parte dos planos de Marco Haurélio. "Por ser pesquisador e se dedicar há muito tempo ao gênero, ele conhece quem faz cordel de qualidade no Brasil", reconhece. Por enquanto, o trabalho é voltado à divulgação de Antologia, a ser lançado em diferentes cidades do Nordeste, além do Rio de Janeiro, onde reside Haurélio."
Mais informações
Lançamento de Antologia do Cordel Brasileiro - amanhã, às 19 horas, na Livraria Cultura (Av. Dom Luís, 1010, Meireles, shopping Varanda Mall). Contato: (85) 4008.0800
LIVRO
Antologia do Cordel Brasileiro
Marco Haurélio
Global
2012, 256 páginas
R$ 37
ADRIANA MARTINSREPÓRTER

sábado, 21 de abril de 2012

Fãs de quadrinhos produzem mangá inspirado em Padre Cícero



"Os fãs do quadrinhos e desenho japoneses, os otakus, estão em várias partes do mundo, inclusive nas cidades do Cariri, interior do Ceará. E a paixão dos fãs criou um mangá bem regional. No próximo dia 29, nove jovens que integram o grupo denominado Katsu (“Vencer” em japonês) lançam o primeiro mangá inspirado na trajetória do Padre Cícero Romão Batista, em Juazeiro do Norte.
Segundo o vice-presidente do grupo, Edson Gonçalves, o grupo existe há dois anos e promove atividades no Cariri voltadas para divulgação dos quadrinhos e desenhos japoneses. Há um ano e meio, pouco antes das festas de comemoração do centenário do Padre Cícero, o grupo decidiu produzir o mangá em homenagem ao padroeiro, aproveitando a oportunidade para reforçar o trabalho desenvolvido pelo Katsu.

“É complicado querer divulgar cultura japonesa em uma cidade de cultura totalmente regional como Juazeiro do Norte”, disse Gonçalves, explicando que o mangá foi a forma encontrada de dar visibilidade aos otakus do Cariri. A produção intitulada “Joaseiro” levou aproximadamente um ano para ficar pronta, segundo Gonçalves. “Visitamos museus, fizemos pesquisa histórica, buscamos conhecer os pontos turísticos que envolvem a trajetória do Padre Cícero”, afirma.

O resultado do ano de trabalho foram 56 páginas retratando o início da “missão” que, segundo os fieis, foi aceita por Padre Cícero quando ele ainda era jovem. “Nós falamos da chegada à Joazeiro [antigo nome da cidade] e dos problemas que ele [Padre Cícero] encontrou, como a da dependência com relação ao município do Crato. Este volume termina com a declaração de independência”, conta o vice-presidente do grupo.

Os criadores de “Joaseiro” afirmam ser influenciados por mangakas (desenhistas e roteiristas de mangás) especialistas no estilo shonen (mangás para meninos), como Takehiro Inoue autor de Vagabond; Akira Toriyama, autor da saga Dragon Ball; e Yoshihiro Togashi, autor de Yuyu Hakushô. Mas, escolheram o estilo shoujo (mangás para meninas) como traço oficial do quadrinho de Padre Cícero.

Cinco pessoas do grupo Katsu trabalharam diretamente na produção do quadrinho, outras quatro assumiram funções administrativa e de captação de recursos. “Agora que conseguimos apoio, a gente quer dar continuidade a história”. De acordo com Edson Gonçalves, a popularidade crescente e os preparativos para o lançamento do mangá Joazeiro, fez com que novas propostas surgissem para o grupo e, com elas a necessidade de agregar novos membros.

Uma delas é a transformação de alguns cordéis em mangás, estendendo a popularidade do estilo ao tradicionalismo do cordel cearense. Os responsáveis pela produção de “Joaseiro” estarão no evento de lançamento do mangá, o Sertão Otaku que ocorre nos dias 28 e 29 de abril no Sesc Juazeiro. O evento é gratuito.

Conheça os autores do “Joaseiro”:
Allan Fefferson – desenho, tons e cores
Israel de Oliveira – desenho e storyboard e arte final
Jefferson de Lima – arte final
Hiroyto Sobreira – roteiro
Tony Paixão – tratamento digital
Edson Gonçalves – publicação
Luís Monteiro – coordenador do projeto
Leandro da Silva – tesoureiro
José Fábio Vieira – presidente

Fonte: G1"

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Literatura de cordel: uma questão da historiografia literária brasileira


Autor: Leon Cardoso

"Este livro foi fruto de uma intensa pesquisa sobre a relação da literatura popular, especificamente a literatura de cordel, com a historiografia literária brasileira. Esta ralação é marcada por um processo de exclusão desta literatura de diversos estudos que buscam refletir acerca da história da literatura brasileira. É preciso inserirmos o cordel em nossa história literária, não por vontade de um pesquisador em particular, mas por esta literatura ser das mais intensas e das mais sublimes em nossa hitória literária."